segunda-feira, 18 de julho de 2016

AGACHAMENTO PROFUNDO

Certamente entre todos os tipos e modalidades de exercícios físicos, o que mais gera questionamentos, e opiniões diferentes é o agachamento.

Devido à facilidade no acesso às informações,  ficamos expostos a tantas opiniões que  atletas e praticantes de atividade física em geral acabam não sabendo  em quem confiar.  
De postagens de blogueiras/os disfarçadas/os de experts na área, referências em estudos que nunca existiram até as divergências entre os profissionais da área da fisio e da própria educação física. 
Ainda existem linhas que condenam a realização do agachamento, afirmam que são destrutivos para as articulações dos joelhos. Na academia tradicional, a lei mais defendida é não agachar além dos 90 graus do joelho. Essas orientações são resultados das definições de vários estudos antigos. Mas ainda existem estudos considerados atuais (UCHIDA et al., 2003; PINTO 2006; MARCHETTI et al., 2007), que apontam a existência de uma sobrecarga prejudicial na patela quando o joelho ultrapassasse essa amplitude. Mas, acreditem, as interpretações tendenciosas dos “idealizadores” são as grandes causas desse raciocínio.  Se o joelho fosse composto apenas pela força vetorial do quadríceps, esse pensamento seria correto. Mas, graças a Deus, temos outros grupos musculares que trabalham em associação (co-contração) principalmente na cadeia cinética fechada, como é o caso do agachamento.

Nos treinamentos mais atuais, principalmente no CrossFit, a palavra de ordem é descer até o chão. Chamado de Deep Squat, ou simplesmente Agachamento Profundo, esse pensamento já é defendido e comprovado, através de vários estudos (FAIRCHILD et al., 1993; WEISS et al., 2000 e vários outros) pelos benefícios lógicos do aumento proporcional do recrutamento muscular. Logo, o agachamento profundo pode ser usado com segurança, já quanto maior for a flexão dos joelhos, maior também será o trabalho muscular, consequentemente menor seriam as pressões exercidas nas estruturas articulares e ligamentares.
Não precisa nem falar da questão da funcionalidade, né? Se nossas estruturas musculares e articulares se adaptam de forma específica aos movimentos que praticamos, indivíduos que utilizam amplitudes reduzidas poderiam se lesionar em uma atividade cotidiana pelo simples fato de não treinar um determinado ângulo de movimento. Resultado: limitar o agachamento em amplitude, além de diminuir a eficiência do exercício, pode prejudicar a funcionalidade em movimentos do dia a dia.